Hypothenemus hampei (Ferrari, 1867)

Scarpellini, José Roberto, 2001, Manejo De Pragas Na Cultura Do Cafeeiro, Proceedings of IV REUNIÃO ITINERANTE DE FITOSSANIDADE DO INSTITUTO BIOLÓGICO e V ENCONTRO SOBRE DOENÇAS E PRAGAS DO CAFEEIRO, Ribeirão Preto, SP, Brasil, pp. 59-72 : 62-66

publication ID

https://doi.org/ 10.5281/zenodo.10076712

DOI

https://doi.org/10.5281/zenodo.10164566

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https://treatment.plazi.org/id/6D4D7439-FFEA-C056-FF72-C4439212390E

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Hypothenemus hampei (Ferrari, 1867)
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▶ Broca do café

Hypothenemus hampei (Ferrari, 1867) View in CoL ( Coleoptera : Scolytidae ).

Ahistória de broca do café H. hampei começa em 1913 quando o então diretor do Instituto Agronômico alertou sobre a possibilidade da entrada da broca, principal praga do cafeeiro em outros países, com a importação direta de mudas pelos fazendeiros ( BERTHET, 1913). Em 1924 é anunciado pela imprensa a entrada da praga fatal e é constituída uma comissão para debelação da praga cafeeira, que vai fazer importantes investigações sobre o assunto e em 1927 é transformada no Instituto Biológico de Defesa Sanitária Animal e Vegetal, hoje Instituto Biológico de São Paulo ( BATISTA FILHO, 1988).

De acordo com GALLO et al. (1988) o adulto da broca do café é um besourinho preto luzidio; medindo a fêmea cerca de 1,65 mm de comprimento por 0,73 mm de largura. Omacho é menor e possui cerca de 1,18 mm de comprimento por 0,73 mm de largura. Ocorpo é subcilíndrico, ligeiramente recurvado para frente. Os élitros possuem cerdas e escamas filiformes. Os machos não voam e não deixam nunca os frutos onde se originaram. Arazão sexual é de 1 macho para cada 10 fêmeas. Afêmea após o acasalamento perfura o fruto, geralmente na região da coroa e começa a construir uma galeria desagregando pequenas partículas da estrutura da casca. REIS & SOUZA (1986) afirmam que não se deve confundir a broca, com a falsa broca H. obscurus (FABRICIUS, 1801) que possui cerdas espatuladas, mais largas e com cinco a seis estrias longitudinais. Afalsa broca alimenta-se somente da polpa do fruto bem seca, não atingindo os cotilédones, não se constituindo uma praga. É relatado também casos de ataque de broca em armazenamento e até em frutos guardados no refrigerador.

OLIVEIRA FILHO (1927) relacionou o ataque da broca em diversos estágios de desenvolvimento dos frutos de café, afirmando que o ataque da broca no estágio “Chumbinho” (2-4 mm) de Ø, 3 meses após as floradas gerais ou parciais com conteúdo quase líquido, é sempre na coroa e em geral são abandonados logo que o inseto chega ao líquido. Aos quatro meses os cotilédones ainda não estão formados e quase líquidos, atacado, não se desenvolvem. Com cinco meses o pergaminho está formado e a galeria é terminada onde é feita a oviposição ou de onde emigram para outro fruto. BENASSI (1989) afirma que o estágio preferido pela fêmea da broca para perfuração é o “verdolengo”, isto é, quando o fruto começa a ficar colorido, os frutos verdes passam a tomar cor de maduros.

Quando o café é beneficiado aparecem 3 categorias de café: a de grãos perfeitos ou sãos, a de broqueados, em mistura com os primeiros e o café escolha. Além dessas categorias, que implicam em perfeição ou em defeitos do lote considerado, há que ser levada em conta, uma quarta categoria, parte do café que foi destruída, que desaparece e determina perda de peso ocasionada pela broca. Quando o grau de infestação é muito alto, diminui a porcentagem de grãos perfeitos e aumenta a de grãos inteiros, porém perfurados, a de café escolha é a de grãos quebrados.

Do ponto de vista comercial, o café broqueado entra com grande parcela da responsabilidade na inferiorização do tipo, portanto, na depreciação comercial, pois cinco grãos perfurados constituem um defeito. Aproporção sexual é de um macho para 9,75 fêmeas. Afêmea penetra no fruto abrindo uma galeria, cujo inicio ou orifício de penetração normalmente esta na coroa ou disco do fruto. Atingida a semente, a galeria é alargada em câmara piriforme, na qual são postos os ovos.

Operíodo de incubação varia de 4 a 16 dias (com média de 7,6 dias). Alarva atinge o completo desenvolvimento de 9 a 20 dias (13,8 dias em media) e o período pupal é de 4 a 10 dias (com média de 6,3 dias). Afecundidade média é de 74,1 ovos, com variação de 31 a 119 ovos. Alongevidade média dura 156,6 dias, com variação de 81 a 282 dias. Durante um ano, formam-se 7 gerações durante o período de produção (Novembro/Dezembro) e (Julho/Agosto) desenvolvendo-se 4 a 5 gerações do inseto.

Oataque aos frutos novos tem inicio a partir de outubro, dependendo do grau de desenvolvimento desses frutos. Oataque inicial é mais intenso ou mais acentuado, de acordo com a população existente no cafezal, abrigada nos frutos velhos da safra anterior. Essa população, representada pôr numero maior ou menor de indivíduo, desde que controlada ou determinada pelos seguintes fatores: Quantidade de frutos velhos da safra anterior, intensidade da queda pluvial durante os meses de inverno e intensidade da infestação da safra anterior.

As chuvas precoces de Julho-Setembro, quando ocorrem, umedecem os frutos velhos, permitindo a reprodução a partir dessa época. Os cafeeiros beneficiados pelas boas condições florescem mais cedo. Quando os frutos atingem o grau de ‘’verdolengo-granados’’ a população de brocas, formada pelos indivíduos remanescentes da safra anterior é intensificada pela reprodução no início da nova frutificação, é grande, sendo o ataque inicial intenso. Nestas condições, a infestação será elevada em Novembro/Dezembro. Ao contrário, faltando chuva até Outubro/Novembro, a população para ataque inicial é pequena, formada apenas pelos indivíduos que conseguiram transpor os meses de entre- safra, abrigados nos frutos velhos. Esta condição repetida por vários anos seguidos faz com que a infestação da broca não chegue a tornar-se elevada. Para reduzir a infestação no inicio de cada frutificação são recomendadas algumas medidas, como por exemplo, o repasse, cujo objetivo é reduzir a população na entre - safra e no inicio da frutificação.

Atualmente o combate da broca é feito somente com produtos como Thiodan CE e Lorsbam 480 BR, quando a infestação está em torno de 3 a 5 % dos frutos. Outras aplicações podem ser necessárias e normalmente são determinadas pela queda das chuvas. THOMAZIELLO et al. (1996) recomendam duas a três pulverizações de endosulfan no período de trânsito (Outubro a dezembro), seguindo antigas recomendações, logo do aparecimento da praga. GALLO et al. (1988) recomendam aplicação com nível de infestação de 3-5% de frutos broqueados. Também REIS & SOUZA (1986) recomendam de 3 a 5% de infestação para iniciar o controle da broca com os produtos disponíveis no mercado (endosulfan e clorpirifós, apenas), mas ressalvando que esse nível pode ser mutável dependendo do preço do café e do custo do controle na época.

JACOBSEN et al. (1997) estudaram em laboratório a morfologia e fisiologia de populações resistentes a cyclodienos, verificando grande sobrevivência em linhagens resistentes ao endosulfan.

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