Eleocharis plicarhachis (Griseb.) Svenson, Rhodora

Silva, Caio Lima Braga da, Nunes, Clebiana de Sá, Schneider, Layla Jamylle Costa, Silva, Juliene de Fátima Maciel da, Alves, Karina de Nazaré Lima, Conde, Maíra Luciana Guimarães, Fernandes-Junior, Aluisio José & Gil, André dos Santos Bragança, 2021, Cyperaceae nos campos de natureza de Cametá, Pará, Amazônia, Brasil, Iheringia, Série Botânica (e 2021005) 76, pp. 1-42 : 18

5.4 Eleocharis plicarhachis (Griseb.) Svenson, Rhodora 31: 158. 1929.

Scirpus plicarhachis Griseb., Cat. Pl. Cub. 239. 1866.

( Fig. 5 D )

Ervas perenes, cespitosas, 7,5-50 cm alt., estoloníferas. Bainhas 2,3-12 cm compr., membranáceas a papiráceas, ápice oblíquo, dorsalmente atenuado a acuminado, apêndice hialino rugoso ausente. Escapos 5-48 x 0,1-0,2 cm, não capilares, circulares, por vezes obtuso-triangulares em secção transversal, sulcos longitudinais presentes, por vezes inconspícuos. Espiguetas 1-2,6 x 0,2-0,3 cm, lanceoloides; espiguetas acaules ausentes; gluma inferior fértil, contínua com o escapo; glumas superiores 4-4,6 x 2-2,2 mm, ovais, oblongas a elípticas, cartilaginosas, lados estramíneos a marrom-claros, por vezes levemente vináceos, carenas inconspícuas, margens hialinas, muitas vezes com faixa castanha submarginal na porção distal, ápice truncado a obtuso; estames (2-)3 por flor; estiletes bífidos; cerdas perigoniais 6, estramíneas a marrons, maiores que a núcula, retrorsamente escabrosas. Núculas 2-2,5 x 1,1-1,4 mm, biconvexas, obovoides, superfície com fileiras longitudinais paralelas de células retangulares a elípticas, com um colo curto entre corpo da núcula e o estilopódio, estramíneas, cremes, castanhas ou verde-escuras; estilopódios longo a curto-triangulares, comprimidos lateralmente, castanho-claros a castanho-escuros, por vezes enegrecidos.

Ocorre do México aAmérica do Sul ( González-Elizondo 1994). No Brasil tem registros para a região Norte ( AM, AP, PA), Nordeste ( AL, BA, CE, PB, PE), Centro-Oeste ( DF, MS, MT), Sudeste ( ES, SP) e Sul ( PR) ( Flora do Brasil 2020 em construção, 2020). Nos campos de natureza de Cametá a espécie é encontrada na borda de brejos sazonais, na beira de estrada, em solo arenoso.

Eleocharis plicarhachis caracteriza-se pelos escapos circulares, por vezes obtuso-triangulares em secção transversal, bainhas de ápice dorsalmente atenuados a acuminados, espiguetas lanceolóides, glumas superiores ovais, oblongas a elípticas, cartilaginosas, com margens hialinas, muitas vezes com faixa castanha submarginal na porção distal, ápice truncado a obtuso, gluma inferior fértil e principalmente, cerdas perigoniais conspicuamente escabrosas e maiores que a núcula. Assemelha-se a Eleocharis jelskiana ( vide comentários em E. jelskiana ).

Material examinado: BRASIL, PARÁ, Cametá, Curuçambaba, estrada PA 151, 07.VII.2017, C. L. Braga-Silva et al. 166 ( MG); Estrada do lixão, Cametá-Vila do Côco, ca. 20 km do Centro Universitário de Cametá, campo de natureza herbáceo, 05.VII.2017, A. J. Fernandes-Júnior et al. 626 ( MG).

Figures

Figura 5. A-L. Vista lateral das núculas: A. Eleocharis angustispicula, com cerdas perigoniais evidentes (C. L. Braga-Silva et al. 150 - MG); B. E. flavescens, com cerdas perigoniais evidentes – fruto imaturo (C. L. Braga-Silva et al. 122 - MG); C. E. jelskiana, com cerdas perigoniais evidentes (C. L. Braga-Silva et al. 124 - MG); D. E. plicarhachis, com cerdas perigoniais evidentes (C. L. Braga-Silva et al. 166 - MG); E. Fimbristylis complanata (A. J. Fernandes-Júnior et al. 604 - MG); F. F. dichotoma (C. L. Braga-Silva et al. 87 - MG); G. F. littoralis (C. L. Braga-Silva et al. 37 - MG); H. Fuirena umbellata (C. L. Braga-Silva et al. 100 - MG); I. Hypolytrum pulchrum (C. L. Braga-Silva et al. 144 - MG); J. Lagenocarpus celiae (C. L. Braga-Silva et al. 154 - MG); K. L. rigidus (C. L. Braga-Silva et al. 97 - MG); L. L. verticillatus (C. L. Braga-Silva et al. 105 - MG).