Anemopaegma laeve DC., Prodr.

Costa, Swami Leitão, Johanes, Isabella, Lohmann, Lúcia Garcez & Melo, José Iranildo Miranda de, 2022, Flora da Paraíba (Brasil): Bignonieae (Bignoniaceae), Iheringia, Série Botânica (e 2022019) 77, pp. 1-25 : 10

3.4. Anemopaegma laeve DC., Prodr. 9: 189. 1845.

( Figs. 3 B ; 6 D-E)

Liana, 2,0−3,0 m compr.; ramos cilíndricos, estriados, lenticelas presentes, glabros; profilos das gemas axilares elípticos ou orbiculares, foliáceos. Folhas 2-3−folioladas, com folíolo terminal geralmente modificado em gavinha simples, discos adesivos ausentes; pecíolo 0,8−4,3 cm compr.; peciólulos 0,3−1,3 cm compr.; folíolos concolores, cartáceos, ovados, base cordada a arredondada, ápice atenuado a acuminado, 3,2−5,5 × 1,0− 2,1 cm, margem revoluta, glabros em ambas faces. Inflorescência em racemo, terminal, pubescente, tricomas simples. Cálice verde, coriáceo, campanulado, truncado, 1,2−1,5 × 0,9−1,2 cm, glabro; corola creme com fauce amarela, membranácea, infundibuliforme, 4,0−5,9 × 0,7−1,2 cm, externamente pubescente, tricomas simples e glandulares; androceu com estames insertos, anteras ca. 0,3 cm compr., glabras, filetes maiores 2,3−2,5 cm compr., filetes menores 1,5−1,7 cm compr., estaminódio ca. 0,6 cm compr.; gineceu com ovário ca. 0,4 cm compr., liso, glabro; estilete ca. 3,3 cm compr.; disco nectarífero anelar. Cápsula coriácea, achatada, elíptica, base estipitada, ápice agudo, 7,0−8,0 × 4,0− 4,5 cm, lisa, lenticelas ausentes, sem alas laterais, glabra; sementes não vistas.

Distribuição: Anemopaegma laeve é endêmica do Brasil ( Lohmann & Taylor 2014), onde ocorre em Caatinga, Carrasco e Cerrado, nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Minas Gerais ( Lohmann et al. 2020). Na Paraíba foi encontrada em Caatinga e Mata Atlântica, em altas altitudes (800-1000 m).

Fenologia: Foi coletada com flores em março, outubro e dezembro, e com frutos em dezembro.

Comentários taxonômicos: Anemopaegma laeve pode ser reconhecida pelos profilos das gemas axilares orbiculares e foliáceos, folíolos cartáceos com margens revolutas, gavinhas simples e corolas creme com fauce amarela.

Material examinado: BRASIL. PARAÍBA: Areia, s.d., fl. e fr., J.M. Vasconcelos 407 ( MO, RB); Patos , 02.III.2013, fl., A.D. Medeiros s.n. ( CSTR), 02.III.2013, fl., I.S. Nunes & M.F.A. Lucena s.n. ( CSTR); Passagem, 20.XII.2014, fl. e fr., M. Fernando 201 ( CSTR ).

Figures

Figura 3. Aspectos da morfologia de Amphilophium, Anemopaegma, Bignonia e Cuspidaria.A. flor de Amphilophium crucigerum. B. inflorescência de Anemopaegma laeve. Anemopaegma gracile: C. flor, D. detalhe do cálice. E. inflorescência de Bignonia ramentacea. F. fruto de Bignonia sciuripabulum. Cuspidaria argentea: G. hábito, H. inflorescência, I. detalhe da face externa da corola.

Figura 6. Aspectos da morfologia de Amphilophium, Anemopaegma, Bignonia, Cuspidaria, Dolichandra, Fridericia, Mansoa e Tanaecium. A. fruto de Amphilophium crucigerum. B. fruto de Amphilophium scabriusculum. C. cálice de Anemopaegma album. Anemopaegma laeve: D. profilos das gemas axilares, E. fruto.F. flor de Bignonia corymbosa. Bignonia ramentacea: G. profilos das gemas axilares, H. cálice. I. profilos das gemas axilares de Bignonia sciuripabulum. J. fruto de Cuspidaria argentea. K. fruto de Cuspidaria lateriflora. L. cálice de Dolichandra quadrivalvis. M. cálide de Dolichandra unguis-cati. N. flor de Fridericia chica. O. cálice de Fridericia dispar. P. fruto de Mansoa difficilis. Q. folhas de Tanaecium parviflorum.