Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers, Proc. Roy. Hort. Soc. London.

Costa, Swami Leitão, Johanes, Isabella, Lohmann, Lúcia Garcez & Melo, José Iranildo Miranda de, 2022, Flora da Paraíba (Brasil): Bignonieae (Bignoniaceae), Iheringia, Série Botânica (e 2022019) 77, pp. 1-25 : 22

10.1 Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers, Proc. Roy. Hort. Soc. London. 3: 188. 1863.

( Fig. 5 I-J)

Liana, 2,0−3,0 cm compr.; ramos angulosos hexagonais, estriados, sem lenticelas, glabros; profilos das gemas axilares triangulares, não foliáceos. Folhas 2-3−folioladas, com folíolo terminal geralmente modificado em gavinha trífida, discos adesivos ausentes; pecíolo 0,7−3,4 cm compr.; peciólulos 0,3−2 cm compr.; folíolos concolores, cartáceos, ovais, com base arredondada e ápice agudo a acuminado, 2,5−9,5 × 1,4−5,2 cm, margem inteira, glabros em ambas as faces. Inflorescência corimbosa, terminal, pubérula. Cálice verde cartáceo, campanulado, 5-denticulado, 0,4−0,5 × 0,3−0,4 cm, glabro, ciliado no ápice; corola laranja, membranácea, tubular, 2,1−5,4 × 0,5−0,9 cm, externamente glabra; androceu com estames exsertos, anteras 0,4−0,5 cm compr., glabras, filetes maiores 2,6−3,9 cm compr., filetes menores 1,6−2,9 cm compr., estaminódio 0,2−0,3 cm compr.; gineceu com ovário ca. 0,5 cm compr., liso, lepidoto, estilete 4,7−7,2 cm compr.; disco nectarífero anelar. Cápsula cartácea, achatada, linear, base e ápice aguda, ca. 12,0 cm compr., lisa, lenticelas ausentes, sem alas laterais, glabra; sementes não vistas.

Nome vulgar: Flor-de-São-João.

Distribuição: Pyrostegia venusta distribui-se pelas florestas úmidas e secas do México, Guatemala, Peru, Venezuela, Bolívia, nordeste da Argentina, Brasil e Paraguai, sendo uma espécie frequentemente cultivada na América do Sul ( Lohmann & Taylor 2014). No Brasil ocorre em todos os domínios fitogeográficos e estados ( Lohmann et al. 2020). Na Paraíba foi encontrada em Mata Atlântica (brejo de altitude) apoiando-se em árvores e comumente associada a afloramentos rochosos.

Fenologia: Foi coletada com flores em setembro, outubro e dezembro, e com frutos entre outubro e dezembro.

Comentários taxonômicos: Pyrostegia venusta pode ser reconhecida pelas inflorescências corimbosas e corolas alaranjadas com estames excertos.

Material examinado: BRASIL. PARAÍBA: Areia, 02.X.2012, fl. e fr., L.P. Félix 13421 (EAN), 07.XII.2015, fl., S.L. Costa & I.J.N. Brito 18 (HHACAM), 11.X.1999, fl., A. M. Miranda 3585 (RB), 19.X.1961, fl., S. Tavares 850 (HST); Lagoa Seca, 24.IX.2014, fl., S.L. Costa & I.J.N. Brito 03 (HHACAM); Serra da Raiz, 25.XII.2013, fl. e fr., J.M.P. Cordeiro 160 (EAN); Serraria, 11.X.1999, fl., A. M. Miranda, L.P. Félix & J. Semir 3585 (HST).

Figures

Figura 5. Aspectos da morfologia de Fridericia, Tanaecium, Lundia, Mansoa e Pyrostegia. Fridericia dispar: A. flores, B. inflorescência. C. flores de Tanaecium parviflorum. Fridericia pubescens: D. inflorescência, E. folíolos evidenciando a gavinha. Lundia longa: F. hábito, G. flor. H. flores de Mansoa difficilis. Pyrostegia venusta: I. inflorescência, J. flores. K. flores de Tanaecium selloi.