Myrcia splendens (Sw.) DC., Prodr.

Amorim, Gabriela dos Santos & Almeida, Eduardo Bezerra de, 2021, A família Myrtaceae nas restingas da Ilha do Maranhão, Brasil, Iheringia, Série Botânica (e 2021008) 76, pp. 1-15 : 11-13

Myrcia splendens (Sw.) DC., Prodr. , 3: 244 (1828).

( Fig. 4 F-I)

Árvore ca. 2 m alt. Ramo não descamante, pubescente, indumento dourado. Folha 3–6,6 x 1,3–3 cm, elíptica, estreito-elíptica a lanceolada, cartácea, levemente discolor, glabrescente adaxialmente e pubescente abaxialmente, base cuneada, ápice agudo a longo acuminado, margem plana; nervura central plana adaxialmente, nervuras secundárias pouco visíveis, 21–34 pares, nervura marginal simples; pontuações translúcidas visíveis; pecíolo ca. 2 mm compr., pubescente, canaliculado. Flores reunidas em panícula, axilar e terminal, 20–30 flores, raque 18–45 mm compr. Bráctea 1 x 2 mm, lanceolada, ápice agudo, decídua. Pedicelo 0,5–1,5 mm compr. ou ausente, pubescente. Bractéola não observada, decídua. Botão floral aberto, 2–4,5 x 2,1–3 mm, globoso. Cálice 5–mero, lobos regulares 0,5 x 1 mm, orbicular, glabrescente adaxialmente e pubescente abaxialmente; ovário 2–locular. Fruto 0,5–0,7 x 0,4–0,5 cm, elipsoide, pubescente, lobos do cálice persistente e não reflexo.

Material selecionado: BRASIL, MARANHÃO, São José de Ribamar, restinga da praia de Panaquatira , 25. I.2015, P. G . Lima 567 ( MAR); 25.VII.2015, P. G . Lima 615 ( MAR). Sítio Aguahy , 25.VIII.2017, G. S . Amorim 365 ( MAR); 28.X.2017, G. S . Amorim 386 ( MAR) .

Myrcia splendens possui ocorrência no México,

Guatemala, Costa Rica, Porto Rico, Caribe, Brasil, Guiana Francesa, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia ( GBIF 2017). No Brasil possui ampla distribuição, em área de Floresta Amazônica, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica (BFG 2015) . No litoral da Ilha do Maranhão tem registro para a restinga de Panaquatira e Sítio Aguahy, com floração em outubro e dezembro e frutificação em janeiro.

Essa espécie tem ramos, inflorescência e fruto densamente pubescente, com indumentos dourados.Após a herborização, pode ser confundida, vegetativamente, com Eugenia biflora , ambas são pubescentes e podem apresentar lâmina foliar estreito-elíptico e ápice longo acuminado, entretanto, Myrcia splendens possui tricomas dourados e lâmina foliar com ápice nunca apiculado.

Myrciaria tenella (DC.) O. Berg, Fl. Bras. (Martius) 14(1): 179 (1857).

( Fig. 4 J-K)

Árvore ca. 1,5 m alt. Ramo descamante, pubescente, indumento esbranquiçado. Folha 1–2,5 x 0,5–1,2 cm, elíptica, cartácea, levemente discolor, glabrescente, base cuneada, ápice agudo, margem plana; nervura central plana adaxialmente, nervuras secundárias pouco visíveis adaxialmente, 10–26 pares, nervura marginal simples; pontuações translúcidas pouco visíveis; pecíolo 1–2 mm compr., pubescente, canaliculado. Flores reunidas em glomérulo, axilar e caulinar, 1–5 flores, raque inconspícua. Bráctea 0,3 x 0,5 mm, ovada a deltoide, ápice agudo, persistente. Pedicelo ausente. Bractéola 0,5 x 1 mm, ovada, ápice arredondado, decídua. Botão floral aberto, 2–2,1 x 1–2 mm, obovado. Cálice 4–mero, lobos regulares ca. 1 mm, orbicular, glabrescente; ovário 2–locular. Fruto 0,4 x 0,5 cm, globoso, glabro, lobos do cálice decíduos e não reflexos.

Material selecionado: BRASIL, MARANHÃO, São José de Ribamar , restinga do Sítio Aguahy , 07.VII.2016, G. S . Amorim 296 ( MAR) . 25.VIII.2017, G. S . Amorim

366 ( MAR). Myrciaria tenella ocorre no Haiti, República

Dominicana, Brasil, Venezuela, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai ( GBIF 2017). No Brasil tem registro de ocorrência para as regiões Norte (Pará), Nordeste (Maranhão e Bahia), Sudeste (exceto Espírito Santo) e Sul, em área de Floresta Amazônica, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica (BFG 2015) . No litoral da Ilha do Maranhão foi encontrada somente na área de restinga do Sítio Aguahy com floração registrada em julho.

Essa espécie apresenta folhas diminutas e inflorescência em glomérulo, axilar e caulinar, com 1 a 5 flores. Depois da herborização tem nervura central com pequenas ondulações e as nervuras secundárias pouco visíveis adaxialmente. Tem fruto com lobos do cálice decíduo, o que auxilia na distinção das espécies do gênero Eugenia . Quando maduro os frutos apresentam coloração vermelha.

Figures

Figura 4. A-N. Ilustração morfológica das espécies.A-C. Myrcia selloi. A. Hábito; B. Botão floral; C. Corte longitudinal no ovário com lobos do cálice reflexos. D-E. Myrcia multiflora. D. Hábito; E. Fruto. F-I. Myrcia splendens. F. Ramo com frutos; G. Disco estaminífero e lobos do cálice; H. Botão floral; I. Corte longitudinal no ovário. J-K. Myrciaria tenella. J. Hábito; K. Fruto. L-N. Psidium guajava. L. Hábito; M. Botão floral piriforme; N. Corte longitudinal no ovário.