Monodelphis americana (Muller, 1776)

Grazzini, Guilherme, Mochi-Junio, Cássio Marcelo, Oliveira, Heloisa de, Pontes, Jaqueline dos Santos, Gatto-Almeida, Fernanda & Tiepolo, Liliani Marilia, 2015, Identidade, riqueza e abundãncia de pequenos mamíferos (Rodentia e Didelphimorphia) de área de Floresta com Araucária no estado do Paraná, Brasil, Papéis Avulsos de Zoologia (São Paulo) 55 (15), pp. 217-230 : 223-227

publication ID

https://doi.org/ 10.1590/0031-1049.2015.55.15

persistent identifier

https://treatment.plazi.org/id/039587C5-FFF6-FFA1-FF2B-FB77FBEFF9E8

treatment provided by

Felipe

scientific name

Monodelphis americana
status

 

Monodelphis americana View in CoL e Monodelphis scalops :

Um adulto e dois jovens de Monodelphis americana foram capturados no Reflorestamento de Araucárias e Capoeirinha de Altitude, e um adulto de M. scalops na segunda fitofisionomia. Marques et al. (2011) registraram as duas espécies em área de FOM em São Francisco de Paula (RS) e as consideraram como sendo raras. Em Telêmaco Borba, em uma localidade com fitofisionomia similar, Cheida et al. (2005) ( Fig. 5I View FIGURA 5 ) registraram M. iheringi e M. dimidiata .

Ordem Rodentia

Akodon montensis View in CoL : Espécie mais abundante em três das cinco principais fitofisionomias amostradas, com exceção da Floresta de Pinus View in CoL e Regeneração Natural. Akodon montensis View in CoL é reconhecidamente muito abundante em florestas pertencentes ao Bioma Atlântico no sul do país em estágio inicial ou intermediário de sucessão ecológica ( Cherem & Perez, 1996; Dalmagro & Vieira, 2005; Oliveira et al., 2005; Pardini & Umetsu, 2006; Cademartori et al., 2008; Antunes et al., 2010; Pedó et al., 2010; Vieira et al., 2011; Quintela et al., 2012; Galiano et al., 2013) ( Fig. 5A View FIGURA 5 ). Akodon montensis View in CoL parece preferir habitats nativos.

Bibimys labiosus View in CoL : Espécie rara no estado, registrada apenas através de armadilhas de queda, em área de vegetação pouco avançada em sua sucessão e em ambiente composto basicamente de espécies exóticas ( Fig. 5B View FIGURA 5 ).

Brucepattersonius iheringi : O número de indivíduos foi semelhante entre as campanhas e fitofisionomias, e alto quando comparado a Oliveira et al. (2005), Cademartori et al. (2009), Marques et al. (2011) e Vieira et al. (2011), todos em FOM (Tabela 6). O fato do número de capturas entre as fitofisionomias ser similar sugere que a espécie pode não ser muito seletiva quanto à escolha de seu habitat. Na FLONA, todas as 49 capturas da espécie se deram por armadilhas de queda, o que vai de encontro com seu hábito terrícola e reforça a importância da utilização deste tipo de armadilha em estudos de inventários de mastofauna de pequeno porte ( Fig. 5C View FIGURA 5 ).

Juliomys ossitenuis : Descrita recentemente, com diversos registros no sudeste brasileiro (Costa et al., 2007; Pavan & Leite, 2011). O baixo número de indivíduos na maioria dos locais onde foi capturada sugere que deve se tratar de uma espécie rara, tendo em vista ainda o fato deste ser o primeiro registro da espécie para o estado do Paraná e para a Floresta Ombrófila Mista (Grazzini et al., 2015). Apesar das capturas em armadilhas de queda, a espécie é considerada arborícola (Costa et al., 2007) ( Fig. 5H View FIGURA 5 ).

Nectomys squamipes : A espécie é comumente amostrada no estado do Paraná e no sul do Brasil ( Tiepolo, 2007), e sua presença na FLONA era esperada. Todas as capturas se deram em armadilhas nas margens de brejos ou rios (com exceção de uma captura em armadilha de queda), sendo a maioria delas situada no chão, enquanto que as capturas em árvores a aproximadamente 3 metros de altura sugerem um hábito escansorial além do já conhecido semiaquático .

Oligoryzomys nigripes View in CoL : Segunda espécie com mais indivíduos amostrados, capturada em todas as campanhas, e na maior parte das vezes no solo. O hábito escansorial e o grande número de indivíduos capturados foram também registrados por Cherem & Perez (1996), Cademartori et al. (2002), Oliveira et al. (2005), Cademartori et al. (2008, 2009), Pedó et al. (2010), Marques et al. (2011), Vieira et al. (2011) e Galiano et al. (2013), em Floresta com Araucária View in CoL . Quintela et al. (2012) afirmam que O. nigripes View in CoL e Akodon montensis View in CoL são os pequenos mamíferos não voadores mais abundantes na maior parte dos estudos conduzidos em formações florestais do Brasil Meridional. Única espécie de roedor capturada em todas as fitofisionomias amostradas (com exceção da Área Antropizada), principalmente na Floresta de Pinus View in CoL , onde foram registrados 61 indivíduos. Estes resultados reforçam as informações de que a espécie se adapta bem a formações vegetais em estágio inicial de sucessão ( Dalmagro & Vieira, 2005), possui grande plasticida- de ambiental, e é até mesmo favorecida pela fragmentação florestal (Cademartori et al., 2008; Pedó et al., 2010) ( Fig. 5D View FIGURA 5 ) ( Fig. 5J View FIGURA 5 ).

Oxymycterus judex : Oliveira et al. (2005) e Raboni et al. (2009) registraram a espécie no Estado do Paraná, e Oliveira et al. (2005) e Graipel et al. (2006) capturaram a espécie em áreas de Floresta Ombrófila Mista nativa, reflorestamentos de Araucária View in CoL e áreas úmidas alteradas, sempre em poucos indivíduos. As capturas da FLONA ocorreram em áreas de vegetação mais aberta, e a espécie é considerada como associada a ambientes em estágio mais inicial de sucessão (Lessa et al., 1999; Graipel et al., 2006; Oliveira & Bonvicino, 2011) ( Fig. 5K View FIGURA 5 ).

Oxymycterus nasutus : Apenas um registro na área de Regeneração Natural, por armadilha de queda. Este padrão de poucas capturas condiz com o encontrado por Marques et al. (2011), Vieira et al. (2011) e mesmo por Quintela et al. (2012) para as áreas costeiras do Rio Grande do Sul, porém diverge da grande abundância (n = 87) encontrada por Pedó et al. (2010), em área de ecótono entre FOM e Campos Sulinos. Esta informação reforça a observação de Tiepolo (2007), de que se trata de uma espécie com preferência por ambientes campestres e bordas de mata, em detrimento de formações florestais. Destaca-se também o registro de simpatria entre as espécies O. nasutus e O. judex , revelando um novo ponto de contato entre suas populações em áreas planálticas do sul do Brasil ( Fig. 5L View FIGURA 5 ).

Sooretamys angouya : Presente em todas as campanhas, capturado tanto no solo quanto em árvores,

demonstrando a capacidade escansorial já conhecida para a espécie (Cademartori et al., 2002; Cademartori et al., 2009; Marques et al., 2011). Esteve presente nas cinco principais fitofisionomias amostradas na FLONA, porém em maior número na Regeneração Natural. Aparentemente possui plasticidade na utilização de habitats, mas tem preferência por habitats florestais em estado mais avançado de sucessão. Alguns autores registraram a espécie em Floresta Ombrófila Mista do Rio Grande do Sul em associação com as espécies Akodon montensis , Brucepattersonius iheringi , Delomys dorsalis , Oligoryzomys nigripes e Oxymycterus nasutus (Cademartori et al., 2002; Cademartori et al., 2004; Cademartori et al., 2008; Cademartori et al., 2009; Marques et al., 2011; Vieira et al., 2011), o que seria, portanto, uma assembleia muito semelhante com a encontrada na FLONA. Suas principais diferenças, no entanto, se baseiam na ausência de D. dorsalis e na presença e grande abundância de Thaptomys nigrita . A mesma situação foi registrada na Floresta Nacional de Passo Fundo, Rio Grande do Sul, e na Fazenda Monte Alegre, distante cerca de 140 km da FLONA, localidades sob domínio da Floresta Ombrófila Mista (Oliveira et al., 2005; Galiano et al., 2013) ( Fig. 5M View FIGURA 5 ).

Thaptomys nigrita View in CoL : Presente em todas as campanhas e a espécie com o maior número de indivíduos em setembro de 2011 (n = 26). A situação parece ser padrão para a Floresta com Araucária View in CoL paranaense (Oliveira et al., 2005) e catarinense ( Cherem & Perez, 1996). Apenas Vieira et al. (2011) e Galiano et al. (2013) registram a espécie na Floresta Ombrófila Mista do Rio Grande do Sul, indicando que aquele deve ser o limite meridional de sua distribuição e que devem haver diferenças existentes em nível de micro-habitat entre as formações. Na FLONA, quase a totalidade das capturas da espécie se deram em armadilhas de queda. A informação reforça o padrão encontrado por Vieira & Monteiro-Filho (2003) em Floresta Ombrófila Densa, e realça a ideia de seu hábito estritamente semifossorial. A espécie esteve presente nas principais fitofisionomias amostradas, mas com muito mais indivíduos na RN. Estas informações indicam a preferência da espécie por formações florestais em grau intermediário ou avançado de sucessão, tal qual encontrado por Pardini & Umetsu (2006) ( Fig. 5N View FIGURA 5 ).

Kingdom

Animalia

Phylum

Chordata

Class

Mammalia

Order

Didelphimorphia

Family

Didelphidae

Genus

Monodelphis

Loc

Monodelphis americana

Grazzini, Guilherme, Mochi-Junio, Cássio Marcelo, Oliveira, Heloisa de, Pontes, Jaqueline dos Santos, Gatto-Almeida, Fernanda & Tiepolo, Liliani Marilia 2015
2015
Loc

Juliomys ossitenuis

Costa, Pavan, Leite & Fagundes 2007
2007
Loc

Akodon montensis

Thomas 1913
1913
Loc

Akodon montensis

Thomas 1913
1913
Loc

Akodon montensis

Thomas 1913
1913
Loc

Akodon montensis

Thomas 1913
1913
Loc

Akodon montensis

Thomas 1913
1913
Darwin Core Archive (for parent article) View in SIBiLS Plain XML RDF