Paspalum hyalinum Nees ex Trin., Gram. Panic.

Pimenta, Karena M., Rua, Gabriel H. & Oliveira, Reyjane P., 2019, O gênero Paspalum L. (Poaceae) na Chapada Diamantina, Bahia, Brasil, Iheringia, Série Botânica (e 2019011) 74, pp. 1-29 : 11-14

publication ID

https://doi.org/ 10.21826/2446-82312019v74e2019011

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https://treatment.plazi.org/id/038D8793-2D0F-D419-E4EE-3CE1FAA93316

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Felipe

scientific name

Paspalum hyalinum Nees ex Trin., Gram. Panic.
status

 

Paspalum hyalinum Nees ex Trin., Gram. Panic. View in CoL 103. 1826.

Plantas perenes, cespitosas, ca. 30 cm alt. Colmos com ca. 5 nós, não invaginados. Folhas concentradas na base; bainhas não desfiadas, não infladas, pilosas, as inferiores hirsutas, margens pilosas; lígula ca. 1 mm compr.; aurículas ausentes; lâminas 3,5-9 x 1-2 cm, lineares, planas, densamente pilosas, base arredondada. Inflorescências terminais ca. 4 cm compr., 2 racemos alternos; inflorescências axilares ausentes: ráquis sem alas laterais. Espiguetas ca. 1,8 x 1 mm, solitárias, pediceladas, elípticas, agudas, não apiculadas, esverdeadas com manchas vináceas; gluma inferior ausente; gluma superior 1,8- 1,9 mm, 2-nervada, glabra, não papilosa, não ciliada nas margens; lema inferior ca. 1,7 mm compr., (2)5-nervado, glabro, hialino no centro, não papiloso, margens glabras; antécio inferior estéril, pálea ausente; antécio superior 1,5- 1,6 x 0,8-0,9 mm, não estipitado, elíptico, ápice obtuso, glabro, levemente papiloso, estramíneo. Cariopse não vista. Material examinado: BRASIL, BAHIA: Entre Rios , 17.III.2010, fl., J.G. Carvalho-Sobrinho & R.F. Machado 2830 ( HUEFS). Rio de Contas , 18.X.12, fl., R.P. Oliveira et al. 2176 ( HUEFS) .

Ocorre da Guiana até o Paraguai e Brasil ( Oliveira & Valls 2001). No Brasil ocorre em todas as regiões ( Flora do Brasil 2020). Paspalum hyalinum caracteriza-se pela espigueta com até 1,8 mm de comprimento. e glabra com uma porção hialina no centro do lema superior.Assemelhase a P. minarum Hack. , porém não apresenta a mancha em forma de V no lema superior característica dessa espécie. Segundo Sendulsky & Burman (1980) pode ser encontrada em diversos ambientes, sugerindo uma ampla tolerância ambiental.

Paspalum lanciflorum Trin., Sp. Gram. 3. 286. 1829. ( Fig. 4 A View Figs ; Figs. 7 View Figs O-S)

Plantas perenes, cespitosas, 70-150 cm alt. Colmos com ca. 4 nós, não invaginados. Folhas distribuídas ao longo do colmo; bainhas não desfiadas, não infladas, pilosas, as inferiores glabras a pilosas, margens glabras; lígula 3,5-4 mm compr.; aurículas ausentes; lâminas 12,5-18 x 0,5-0,7 cm, linear-lanceoladas, planas, hirsutas, base truncada. Inflorescências terminais 8-11 cm compr., (2)3-5 racemos subconjugados; inflorescências axilares ausentes; ráquis com alas laterais membranáceas amareladas até castanhas, 5-6 mm larg. Espiguetas 4,5-7 x 1,9-2,1 mm, solitárias, sésseis, lanceoladas, agudas, não apiculadas, paleáceas, sem máculas; gluma inferior ausente; gluma superior 3-nervada, pilosa, com tricomas longos na base, não papilosa, ciliada nas margens; lema inferior 5,5-6 mm compr., glabro, não hialino, não papiloso, ciliado nas margens; antécio inferior estéril, pálea ausente; antécio superior 3-4 x 1 mm, estipitado, linear, ápice agudo, glabro, escabro no ápice, liso, estramíneo. Cariopse não vista.

Material examinado: BRASIL, BAHIA: Abaíra , 13.IV.1992, fl., W. Ganev 144 ( HUEFS) ; 30.V.2003, fl., M.J.G Andrade & A.S. Conceição 333 ( HUEFS) . Barra da Estiva , 22.V.1991, fl., E.B. Santos & S. Mayo 261 ( CEPEC) . Rio de Contas , 16.IV.2003, fl., A.M. Giulietti et al. 2240 ( HUEFS) .

Ocorre no Panamá, Colômbia, Guiana, Suriname, Venezuela, Brasil e Bolívia. No Brasil, ocorre nas Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste ( Flora do Brasil 2020), sendo um novo registro de ocorrência para a Bahia. Paspalum lanciflorum é reconhecido pelas inflorescências com 3-5 ramos subconjugados, com alas laterais de 5-6 mm de largura, douradas, e espiguetas lanceoladas e pilosas. Esta espécie é muito semelhante a P. stellatum , sendo diferenciadas principalmente pelo número de ramos da inflorescência, a qual em P. lanciflorum apresenta-se com 3-6 ramos (vs. 1(2) ramos em P. stellatum ) e o tamanho das espiguetas, 4,5-7 mm de comprimento em P. lanciflorum vs. 2,4–4 mm de comprimento em P. stellatum ( Denham et al. 2002) . Na Chapada Diamantina é encontrado principalmente em áreas de cerrado e campo rupestre.

Paspalum ligulare Nees, Fl. Bras. Enum. 2:60. 1829. ( Figs. 7 View Figs T-W)

Plantas perenes, cespitosas, ca. 60 cm alt. Colmos com ca. 4 nós, não invaginados. Folhas distribuídas ao longo do colmo; bainhas não desfiadas, não infladas, glabras, as inferiores não velutinas na base, margens glabras; lígula 1,6-4 mm compr.; aurículas ausentes; lâminas 7-41 x 0,3- 0,5 cm, lineares, planas, glabra a pilosa, base truncada. Inflorescências terminais 16-17 cm compr., 8-9 racemos alternos; inflorescências axilares ausentes; ráquis sem alas laterais. Espiguetas ca. 2,5 x 1,5 mm, pareadas, pediceladas, oblongas, agudas, apiculadas, esverdeadas, sem máculas; gluma inferior ausente; gluma superior ca. 2,5 x 1,5 mm compr., 3-nervada, glabra, sem tricomas, não papilosas, não ciliada nas margens; lema inferior 2,5- 1,4 mm compr., 3-nervado, glabro, não hialino, não papiloso, margens glabras; antécio inferior estéril, pálea ausente; antécio superior 2,4-2,5 x 2,5 mm, não estipitado, oblongo, ápice agudo, glabro, papiloso, estramíneo. Cariopse não vista.

Material examinado: BRASIL, BAHIA: Morro do Chapéu , 3.V.2007, fl., R.P. Oliveira & G.H. Rua 1268 ( HUEFS) .

Ocorre na América Central e Brasil ( Swallen 1955). No Brasil ocorre nas regiões Nordeste e Sudeste ( Flora do Brasil 2020). Até então, Paspalum ligulare não havia sido enquadrada em nenhum grupo informal, logo, por ser morfologicamente semelhante a Paspalum pleostachyum Döll , foi aqui inserida no grupo informal Caespitosa. Paspalum ligulare caracteriza-se pela sua lígula bem desenvolvida, com até 4 mm de comprimento, lâminas foliares lineares planas e espiguetas com até 2,5 mm de comprimento, com gluma superior e lema inferior glabros. Na Chapada Diamantina é encontrado principalmente em área de caatinga.

Paspalum lineare Trin., Gram. Panic. 99, 1826. ( Figs. 8 View Figs A-D)

Plantas perenes, cespitosas, 46-52 cm alt. Colmos com ca. 3 nós, não invaginados. Folhas distribuídas ao longo do colmo; bainhas não desfiadas, não infladas, glabras a levemente pilosas, as inferiores geralmente velutinas na base, margens glabras a pilosas; lígula 3-5 mm compr.; aurículas ausentes; lâminas 10-20 x 0,1 cm, filiformes, convolutas, glabras a pilosas, base truncada. Inflorescências terminais 4,5-9 cm compr., 2-3(4) racemos conjugados a subconjugados; inflorescências axilares ausentes; ráquis sem alas laterais. Espiguetas 4-5 x 1,3-2 mm, solitárias, pediceladas, elípticas, agudas, não apiculadas, esverdeadas, sem máculas; gluma inferior ausente; gluma superior 2,5-5 mm compr., (3)5-nervada, glabra a pilosa, com tricomas tuberculados na base, não papilosas, não ciliada nas margens; lema inferior 4-4,5 mm compr., 5-nervado, glabro, não hialino, não papiloso, margens glabras; antécio inferior estéril, pálea ausente; antécio superior 4-4,5 x 1-1,5 mm, elíptico, ápice obtuso, glabro, liso, estramíneo. Cariopse não vista.

Material examinado: BRASIL, BAHIA: Cascavel , 21.III.1999, fl., R.M. Harley et al. 53564 ( HUEFS) . Piatã , 26.XII.1992, fl., R.M. Harley et al. 50411 ( CEPEC, HUEFS, SPF) . Rio de Contas , 10.VIII.2000, fl., R.P. Oliveira et al. 612 ( HUEFS) .

Ocorre na Costa Rica, Cuba e Antilhas, até Argentina e Brasil ( Oliveira & Valls 2001). No Brasil ocorre em todas as regiões ( Flora do Brasil 2020). Paspalum lineare possui nós barbados ( Trinius 1826; Chase 1929), apesar da variação desse caráter citada por Oliveira & Valls (2002), nos materiais da Chapada Diamantina os caracteres mantiveram-se constantes. O material analisado tem evidências de fogo antes da floração, evidenciando relação fenológica com a queima periódica da vegetação ( Zuloaga & Morrone 2005). Embora normalmente a gluma superior esteja ausente nessa espécie, no material A.A. Conceição 4157 foi verificada a presença dessa estrutura, porém reduzida. Na Chapada Diamantina é encontrado em áreas de cerrado e campo rupestre.

Paspalum loefgrenii Ekman, Ark. Bot. 10(17):15 1911. ( Fig. 8 E View Figs )

Plantas perenes, cespitosas, 90-150 cm alt. Colmos com ca. 3 nós, não invaginados. Folhas distribuídas ao longo do colmo; bainhas desfiadas na base, não infladas, glabras, as inferiores vilosas na base, margens glabras; lígula ca. 1,5 mm compr.; aurículas ausentes; lâminas 25,5-53 x 0,7-1,5 cm, linear-lanceoladas, planas, glabra a levemente pilosas, base truncada. Inflorescências terminais 18-30 cm compr., 10-14 racemos alternos; inflorescências axilares ausentes; ráquis sem alas laterais. Espiguetas 3-3,2 x 1,5 mm, pareadas, pediceladas, elípticas, agudas, não apiculadas, esverdeadas com manchas vináceas; gluma inferior ausente; gluma superior 2,9-3 mm compr., 5-nervada, pilosa, com tricomas adpressos, não papilosas, não ciliada nas margens; lema inferior 3-3,2 mm compr., 3-nervado, piloso, não hialino, não papiloso, margens glabras; antécio inferior estéril, pálea ausente; antécio superior 2,9-3 x 1,5 mm, não estipitado, elíptico, ápice agudo, glabro, levemente papiloso, estramíneo. Cariopse não vista.

Material examinado: BRASIL, BAHIA: Mucugê , 13.II.1997, fl., L. Passos et al. 5552 ( ALCB, HUEFS) . Rio de Contas , 2.II.1997, fl., B. Stannard et al. 4870 ( ALCB, HUEFS) . Umburanas , 1.IV.1999, fl., L.P. Queiroz et al 5313 ( HUEFS) .

Ocorre na Guiana e Brasil ( Renvoize 1984). No Brasil ocorre nas regiões Norte e Nordeste ( Flora do Brasil 2020). Paspalum loefgrenii é distinta das demais espécies da área de estudo pelo conjunto de folhas alongadas, com 25,5- 53 cm de comprimento, e base da planta com bainhas senescentes desfiadas, formando um emaranhado de folhas secas, e espiguetas com ápice agudo. O antécio de P. loefgrenii possui um estreitamento na base, não sendo, porém, estipitado. O material A.A. Conceição 3148 apresentou-se com um porte mais delicado que os demais materiais analizados, com base foliar densamente vilosa e pouco desfiada. Na Chapada Diamantina é encontrado em áreas de cerrado e campo rupestre.

Paspalum maculosum Trin., Gram. Panic. 98. 1826. ( Figs. 8 View Figs F-J)

Plantas perenes, rizomatosas, ca. 100 cm alt. Colmos com ca. 9 nós, não invaginados. Folhas distribuídas ao longo do colmo; bainhas não desfiadas, não infladas, pilosas a vilosas, as inferiores glabras, margens glabras a pilosas; lígula ca. 0,5 mm compr.; aurículas ausentes; lâminas ca. 30 x 0,2 cm, filiformes, convolutas, pilosas, base truncada. Inflorescências terminais ca. 7,5 cm compr., 2 racemos conjugados; inflorescências axilares ausentes; ráquis sem alas laterais. Espiguetas 2,2-2,5 x 1,2 mm, solitárias, pediceladas, elípticas, agudas, não apiculadas, castanhas com máculas douradas; gluma inferior ausente; gluma superior 2,2-2,5 mm compr., 5-nervada, glabra, papilosa, não ciliada nas margens; lema inferior 2,5- 2,2 mm compr., 3-nervado, glabro, não hialino, não papiloso, margens glabras; antécio inferior estéril; pálea ausente; antécio superior 2,2-2,5 x 1,2 mm, não estipitado, elíptico, ápice obtuso, glabro, liso, estramíneo. Cariopse não vista. Material examinado: BRASIL, BAHIA: Abaíra , 17.I.2003, fl., L.R. Senna et al. 87 ( HUEFS). Rio de Contas , 3.III.1994, fl., C.M. Atkins et al. 14785 ( SPF) .

Ocorre da Guiana até Argentina, Uruguai e Brasil ( Oliveira & Valls 2001). No Brasil ocorre em todas as regiões ( Flora do Brasil 2020). Paspalum maculosum caracteriza-se pelos rizomas arqueados cobertos de catáfilos e pela gluma superior e a lema inferior papilosos e com máculas douradas; porém, este último caráter é variável e ocasionalmente as espiguetas não têm máculas ( Zuloaga et al. 2004). Na Chapada Diamantina é encontrado em áreas de campo rupestre.

Paspalum madorense Renvoize, Kew Bull. View in CoL 39:179. 1984.

( Fig. 4 C View Figs ; Figs. 8 View Figs H-J)

Plantas perenes, rizomatosas, ca. 40 cm alt. Colmos com 9-15 nós, invaginados. Folhas distribuídas ao longo do colmo; bainhas não desfiadas, não infladas, glabras, as inferiores glabras, margens glabras; lígula ca 0,5 mm compr.; aurículas ausentes; lâminas 8-11,5 x 3-4 cm, lineares, planas, glabras, base truncada. Inflorescências terminais 4-5,5 cm compr., 2(3) racemos subconjugados; inflorescências axilares ausentes; ráquis sem alas laterais. Espiguetas 2,2-2,5 x 1-1,2 mm, solitárias, pediceladas, elípticas, obtusas, não apiculadas, esverdeadas a paleáceas, sem máculas; gluma inferior ausente; gluma superior 2,2- 2,5 mm compr., 3-nervada, glabra, não papilosas, não ciliada nas margens; lema inferior 2-2,2 mm compr., 3-nervado, glabro, não hialino, não papiloso, margens glabras; antécio inferior estéril, pálea ausente; antécio superior 2-2,2 x 1-1,2 mm, não estipitado, elíptico, ápice obtuso, glabro, liso, estramíneo. Cariopse não vista.

Material examinado: BRASIL, BAHIA: Morro do Chapéu, 6.V.2007, fl., R.P. Oliveira et al. 1337 ( HUEFS). Endêmica do Brasil , exclusiva do estado da Bahia ( Flora do Brasil 2020). Paspalum madorense destaca-se pelas espiguetas obtusas solitárias e colmo ‘invaginado’, ou seja, as bainhas foliares circundam conspicuamente o eixo do caule. A região de diferenciação entre bainha e lâmina, inclusive a lígula, não são muito bem definidas nessa espécie, tornando pouco evidentes tais estruturas. Na Chapada Diamantina é encontrado próximo a leito de rios .

HUEFS

Universidade Estadual de Feira de Santana

CEPEC

CEPEC, CEPLAC

SPF

Universidade de São Paulo

ALCB

Universidade Federal da Bahia, Campus Universitário de Ondina

Kingdom

Plantae

Phylum

Tracheophyta

Class

Liliopsida

Order

Poales

Family

Poaceae

Genus

Paspalum

Loc

Paspalum hyalinum Nees ex Trin., Gram. Panic.

Pimenta, Karena M., Rua, Gabriel H. & Oliveira, Reyjane P. 2019
2019
Loc

Paspalum madorense

Renvoize 1984: 179
1984
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